A poesia é uma tentativa de se definir o mundo, as coisas e os objetos que nos cercam, bem como o ser humano, em sua mesquinhez e complexidade. Na busca por definições, o homem constrói a sua realidade, define o seu campo de atuação e delimita a sua ação. No entanto, nem sempre é possível encontrarmos um termo único, perfeito, que exprima com exatidão toda carga semântica do objeto, pois o significado, nem sempre, ou , talvez, nunca, carrega em si o significante, ou seja, aquilo que ele busca exprimir.
E na ânsia por definir aquilo que compõe a sua realidade, o ser humano mistura signos, significantes e significados, numa re - construção de definições que se confundem com os objetos ao seu redor, dissolvendo-se. E tudo que era sólido, seguro e tangível, indefine –se.
A poesia é isto: a busca por identidades (definições) em meio a uma imensa diversidade de coisas, objetos e situações, que nos levam a pensar e repensar nossos conceitos, nossas certezas. È muitas das vezes somos defrontados com o novo, com o desconhecido, diante do qual o velho se vê abalado, necessitando passar por mudanças, transformações, enfim, novas definições, re – definições, indefinições.
Jorge Barrozo
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