"A POESIA É UMA TENTATIVA DE SE DEFINIR O MUNDO, AS COISAS E OS OBJETOS QUE NOS CERCAM, BEM COMO O SER HUMANO..."

domingo, 31 de julho de 2011

DÚ / VIDA


A Afonso Romano de Sant’ Anna

Arrisca / ria

Ex (crê) / ver

U / m

N / ovo

Pô / ema


n/ esse

mo (vi) / (nu) mento


louco / oco



         Jorge Barrozo

Vc tbm naum entendi?

Ajá kbça
Para tã - ta
9idade.

Jorge Barrozo

O Retrato

O retrato na parede
Traz saudade
Deixa dor
Ao lembrar uma idade
Em que menino
Perdido entre goiabeiras
 Mangueiras e livros
Eu experimentei
Meu primeiro grande amor
Jorge Barrozo

EX-perança

A esperança é a última que morre.
A esperança é ultima que ...
A esperança é a ultima ... ...
A esperança é a ... ... ...
A esperança é ... ... ... ...
A esperança ... ... ... ... ...
A ... ... .... ... ... ...                             
... ... ... ... ... ... ...
Jorge Barrozo

Soneto de Amizade

                             a Nayllê

Fazer uma grande amizade
Caber num singelo soneto
Requer mais que habilidade

Encontrar o termo exato
Que exprima suas qualidades
Só faz o amigo perfeito.

Não há forma livre ou fixa
Que lhe descreva com precisão
Nem no mais belo soneto
Caberia tanta emoção.

Cantar com ritmo e medida
Um jeito especial de ser
Nayllê, você é tão querida
Por isso eu amo você.
 Jorge Barrozo
Fonte gravura: Álbum José Humberto

O Sorvete

                     a Drummond

Só ver-te e desejo
Sorver-te e sacio
Sorvete de abacaxi.
                     Jorge Barrozo

Metáfora

Anoitecer. . .
A noite ser. . .
A noite tecer. . .
A noite tece a si mesma
Em múltiplas possibilidades
E das possibilidades, os signos
Eterna busca de verdades
Não cabe no sentido que a obriga
Nem no poema que a abriga

                               




 Jorge Barrozo

NÓS

Nós entrelaçados
Difíceis de desfazer
Uns
Atrapalham a vida
Outros
Torna agradável                  
O viver.
                               Jorge  Barrozo

Gravura fonte:http://mundonovelass.blogspot.com/2011/01/hans-donner-fala-sobre-abertura-de.html 

(IN)DEFINIÇÕES - PREFÁCIO

A poesia é uma tentativa de se definir o mundo, as coisas e os objetos que nos cercam, bem como o ser humano, em sua mesquinhez e complexidade.  Na busca por definições, o homem constrói a sua realidade, define o seu campo de atuação e delimita a sua ação. No entanto, nem sempre é possível encontrarmos  um termo único, perfeito, que exprima com exatidão toda carga semântica do objeto, pois o significado, nem sempre, ou , talvez, nunca, carrega em si o significante, ou seja, aquilo que ele busca exprimir.

E na ânsia por definir aquilo que compõe a sua realidade, o ser humano mistura signos, significantes e significados, numa re - construção de definições que  se confundem com os objetos ao seu redor, dissolvendo-se. E tudo que era sólido, seguro e tangível,  indefine –se.

A poesia é isto: a busca por identidades (definições) em meio a uma imensa diversidade de coisas, objetos e situações, que nos levam a pensar e repensar nossos conceitos, nossas certezas. È muitas das vezes somos defrontados com o novo, com o desconhecido, diante do qual o velho se vê abalado, necessitando passar por mudanças, transformações, enfim, novas definições, re – definições, indefinições.

Jorge Barrozo